Ética do psicólogo organizacional

A origem da Psicologia do Trabalho é marcada pelo Tecnicismo e pelo compromisso com a produtividade a serviço do Capitalismo. As organizações produtivas olhavam o ser humano como recurso e investiam apenas nos aspectos produtivos, o profissional de psicologia adequava-se a identificação, treinamento e adequação das pessoas aos lugares certos, ou seja, o psicólogo adequava o empregado ao trabalho para melhor aproveitá-lo na produção. Quanto aos campos de atuação profissional, o mais antigo e ainda predominante é o de seleção, treinamento e avaliação do trabalhador.
As organizações são espaços heterogêneos que envolvem jogo de poder e que podem estimular atitudes antiéticas através das muitas competições e discordâncias, dificultando o trabalho em equipe e o crescimento profissional. A inversão dos valores que coloca o ser humano em um pano de fundo e prioriza o econômico, além de antiético, traz riscos de doenças psicossomáticas a seus profissionais pelas constantes insatisfações dentro da empresa. Uma organização ética deve orientar-se pelo respeito e dignidade da pessoa e aos direitos humanos.
O psicólogo organizacional que está inserido num ambiente que visa o lucro em detrimento do social tem o desafio de trabalhar o desenvolvimento da pessoa por meio de mudanças planejadas e participativas, onde o indivíduo por possuir um controle maior de seu ambiente. Assim, o profissional da psicologia organizacional deve buscar ações engajadas e comprometidas com a dignidade humana e transformação social, com uma base teórico-metodológica sólida, objetivos bem definidos e sabedoria quanto aos seus limites.
As oportunidades que se abrem ao campo psicológico podem ser caminhos a um fazer mais engajado, para tal faz-se necessário, além da formação e compromisso político, questões ontológicas. As empresas devem buscar o crescimento econômico aliado ao social. Nesse sentido, os psicólogos podem ajudá-las a implementar ações que promovam a saúde física e mental de seus