Ética, direito e política
Todos os seres agem segundo um fim, que é realizarem a sua própria natureza. Os seres humanos são, por natureza, animais sociais. Este só se realiza (cumpre a sua natureza) vivendo em comunidade. O que nos realiza como humanos é podermos desenvolver a nossa racionalidade realizando livres escolhas, participar em decisões importantes para a comunidade em vez de nos fecharmos na nossa vida privada, exercer a nossa capacidade de raciocínio e discurso com os outros. Isto só se poderá aperfeiçoar na comunidade política, no Estado ou na pólis.E não nas famílias nem nas aldeias, porque nestas comunidades, esta possibilidade de escolha é bastante limitada. A função desta é assegurar a existência biológica, e não há livres escolhas biológicas. Para Aristóteles, o Estado está acima das necessidades biológicas, em que se tomam decisões que afectam toda a comunidade para o bem e para o mal. O ser humano tem de ser um animal político, caso contrário, seria pouco diferente dos outros animais. Para Aristóteles, o Estado é uma instituição natural, justifica-se por si só. Só nele se cumpre a natureza humana e fora dele só há vida para quem não é humano.
2- As justificações contratualistas da autoridade do Estado:
Para Hobbes e Locke, filósofos contratualistas, o Estado não é uma instituição natural, mas sim uma construção humana, o resultado de um contrato.
Hobbes
O estado de natureza: Antes da criação do poder do Estado, reina a lei natural do mais forte. O estado de natureza é aquele em que não se reconhece direito nenhum e todos se julgam com direito a tudo. Nesta situação, a vida humana é um constante conflito e está permanentemente ameaçada pela luta de todos contra todos.
O estado de sociedade ou a paz cívica: A paz e a segurança só são possíveis se cada um renunciar ao direito, que no direito natural, tem sobre tudo. Todos abdicam dos seus direitos e colocam-nos nas mãos de alguém, que será o detentor absoluto do poder. O contrato é feito entre os