Érica Dias
Durante muito tempo, a educação da criança era exclusividade das famílias. Na idade média, a maneira como se educava a criança era definida pelo pai. Na Grécia antiga, o pai tinha o total controle sobre os filhos, na Germânia, além desse controle familiar, o pai ainda exercia domínio político e social, o que fazia com que as crianças fossem anuladas no sentido de sua existência. Não possuíam direitos, sua vontade era a de seu pai. As meninas e os portadores de necessidades especiais eram abandonados, vendidos, caso essa fosse a vontade do pai.
Essa realidade só começou a mudar, após o cristianismo assumir posição influente em todo o mundo. Nesse processo de reconstrução do ver a criança, Maria Montessori (educadora italiana, criadora do método montessoriano de educação infantil) foi uma das precursoras em abordar essa importância e necessidade de mudança no educar da criança, tanto no seio da família como nas escolas.
No Brasil, a história não mostra nada diferente dessa postura masculina em relação à educação dos filhos. As mudanças vieram, e, por volta da década de 70, as fábricas no Brasil começaram a ser implantadas com mais avidez e as mulheres começaram a sua inserção diretamente no mercado de trabalho. Como trabalhar? Onde deixar os filhos? Começaram então, a lutar pela criação de creches. Local onde seus filhos pudessem ficar seguros e elas pudessem trabalhar tranquilas. De forma assistencialista, e visando apenas o cuidar e não o educar.
Já na década de 80, as mulheres que antes apenas desejavam um local para “guardar” seus filhos, começaram a ir a busca de meios não de apenas ter um local para deixar seus filhos, mas, sobretudo um lugar onde eles pudessem ser educados.