ÉDIPO REI
A obra “Édipo Rei” de Sófocles traz em si uma história emblemática da condição humana, onde os deuses são o cerne da vida na Terra. Na obra, vemos Apolo, um dos deuses olímpicos, como único autor do destino do rei de Tebas, Édipo. A situação em que ele se encontra, seria o de ser filho de quem não deveria ter nascido, o marido de quem não devia ter desposado e o assassino de quem não devia ter matado. A estas tragédias, Édipo atribui responsabilidade a si próprio (ao mutilar os olhos) e ao mesmo tempo aos deuses, como mostra o fragmento da obra:
“Apolo, amigos, foi Apolo o autor de meus males, destes meus males; porém, a mão que vibrou o golpe outra não foi senão a minha. Porque, de que serviria enxergar, se não poderia ver nada que me pudesse ser agradável?” (p.141). Ao sair de Corinto, sua cidade natal, desafiando os deuses e fugindo do seu destino (casar-se com a sua mãe e matar o seu pai), Édipo se torna governador de Tebas. Ali ele livra a cidade da Esfinge (monstro alado com cabeça de mulher e corpo de leão) que propunha um enigma. Com isso, se tornou famoso entre o povo e respeitado pelos anciões do coro. Ao sair de Corinto, por causa da maldição recebida, Édipo desafia os deuses ao fugir do seu destino. Ao assumir o trono de Tebas, Édipo despoja-se da rainha viúva, Jocasta, com quem tem quatro filhos (Etéocles, Polinice, Antígona e Ismênia). Apesar do prestígio do rei, a cidade é tomada por uma peste que ataca a população e o gado. Com isso, o coro suplica ao rei que mais uma vez salve Tebas. Tirésias, considerado o “servo de Apolo” na história, é uma espécie de guia espiritual, porém cego, que faz um prelúdio do desenrolar da vida de Édipo e o seu fim, observe: Embora tenhas vista, não enxergas o abismo de tua desgraça, nem onde moras, nem aqueles com quem coabitas. Acaso sabes de quem descendes? Sem que o saibas, és abominado por teus próprios progenitores, dos quais um