Água, o tesouro perdido.
Artigo de opinião - Irecê, em busca do tesouro perdido
Irecê é uma cidade pequena localizada no interior da Bahia, a pouco mais de 400 quilômetros da capital e aproximadamente 66.000 habitantes. Toda a região e municípios são abastecidos pela Barragem do Mirorós.
Ao todo a macrorregião soma aproximadamente 120.000 habitantes e consequentemente 120.000 pessoas dependentes da água oriunda dessa barragem. Porém a seca que assola o nordeste brasileiro, tida como a pior em 40 anos, nos fez abrir o olhos para uma questão evidente a qual já era real antes mesmo da seca: nossa fonte de água está secando.
Já tida como abundante e inacabável, a água hoje é um bem estimado, o qual não se ousa desperdiçar, ao menos deveria ser assim. Mas ainda hoje em plena crise de abastecimento de água, onde o racionamento se faz necessário enquanto se espera ansiosamente por chuva, vemos pelas casas e ruas o desperdício abundante e desnecessário da água, a maioria ainda escova os dentes com torneiras ligadas ininterruptamente ou lavam seus carros com mangueiras, ações essas que parecem simples, mas que tem impacto muito grande nas reservas hídricas.
A água ocupa dois terços do planeta, sendo 97% dela água salgada ou inapropriada para o consumo humano, apenas 0,001% constitui os rios e outros corpos d’água, a outra parte dos 3 por cento estão restritamente distribuídas em geleiras, icebergs e nos subsolos mais profundos. É necessário a cada ser humano ingerir uma quantidade diária de dois a quatro litros de água e líquidos, mas o que fazer quando não se tem a água? Como sobreviver, se ela está em maior quantidade no nosso corpo? Essas perguntas e muitas outras surgem quando observamos a nossa volta o desperdício desenfreado desse recurso tão maravilhoso e necessário a todo ser.
A falta de água afeta diretamente os seres humanos, os animais estão morrendo de sede e os pastos estão ficando cada vez mais vazios, nem animais para ocupá-los, nem o alimento