Água bem esgotavel e insubstituível
Eduardo Nogueira
O Brasil iniciou o ano de 2008 preocupado com a possibilidade de um novo apagão no sistema de energia elétrica. A falta de chuva associada com a insuficiência no fornecimento de gás combustível pela Bolívia mostrou a necessidade constante de investimentos na diversificação da matriz energética e na implantação de políticas públicas de educação voltadas para a conservação de energia e combate ao desperdício. Melhorar a eficiência no uso da energia elétrica é uma necessidade, uma obrigação de qualquer instituição comprometida com o crescimento sustentável e a preservação do meio ambiente.
As concessionárias de água fazem uso intensivo de energia elétrica nos seus processos de captação, de tratamento e de distribuição da água. É um insumo fundamental para garantir a qualidade da água e o abastecimento adequado. A energia afeta fortemente os custos de produção e, consequentemente, as tarifas aplicadas.
O processo de produção e de distribuição de água é ineficiente no Brasil. De acordo com o SNIS, Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento, as concessionárias de água tiveram em 2006 uma perda média de faturamento de 39,8%, ou seja, 39,8% da água produzida foram perdidos durante o processo. Imagine uma empresa que a cada 100 equipamentos produzidos 39,8 são sucatados por funcionamento inadequado. É difícil de imaginar uma empresa saudável com tamanha ineficiência.
A perda de água em uma concessionária é estratificada em perda real, perda física, e perda aparente, perda não física. A perda real é gerada por vazamentos, perda física, na rede de distribuição. A perda aparente é, normalmente, gerada por consumo não autorizado, furto de água, e por erros metrológicos na micromedição, medição de água no consumidor, e na macromedição, medição de água na distribuição. A redução dos vazamentos, perda real, afeta diretamente a produção reduzindo a quantidade de água necessária e, consequentemente, reduzindo a