Transferência e Contratransferência
Ao falar sobre transferência e contratransferência no livro O Encontro Analítico, Jacoby salienta a importância de um encontro analítico, por ser o verdadeiro relacionamento humano. Descreve a prática da psicoterapia analítica como sendo “o encontro entre duas pessoas com a finalidade de tentar entender o que está ocorrendo no inconsciente de uma delas”. Valora bastante o tipo de relação que se dá entre paciente e analista, salientando o quanto esta relação pode influenciar na análise, criando resistências, iludindo a um ou a outro e, terminando por prejudicar o processo.
Discorre a seguir sobre o surgimento do conceito de transferência de Freud, que considerou que “desejos do passado, reprimidos ou não satisfeitos, tendem a se transferir para um novo objeto, isto é, para o analista”. Seria então, uma mera repetição. Somente mais tarde percebeu a utilidade e a necessidade da transferência no processo de cura, pois esta reativava os desejos e as experiências reprimidos na infância e assim conduzia ao âmago da neurose.
A transferência também poderia trazer novas dependências e uma resistência ao processo de cura, através das neuroses de transferência. A solução ao analista seria então se manter afastado de qualquer reação emocional e mostrar ao paciente que as emoções que este transfere para o analista não são reais, mais sim repetições. Transforma-se então repetições em memórias, lembranças. Neste contexto, o não-envolvimento do analista é coerente.
A Jung, esta visão parecia limitada e unilateral. Ao invés de preocupar-se apenas com a causa como Freud, interessava-se pelo significado da transferência. Além disso, o conceito de Freud excluía possíveis elementos arquetípicos do inconsciente coletivo. Segundo o autor, na Psicologia Analítica utiliza-se “a palavra transferência como um termo técnico para as projeções que ocorrem no relacionamento paciente/analista. De acordo com Jung, falamos de projeção quando elementos