ALGUMAS CONSIDERACOES EM TRANSFERENCIA E CONTRATRANSFERENCIA EM JUNG
BRENDA GOTTLIEB
No processo terapêutico ha’ transferência em tudo, mas nem tudo deve ser entendido e trabalhado como sendo transferência.
Jung salientava que o processo deve ser visto como “dialético”, onde ambos os participantes estão igualmente envolvidos e que existe uma interação nos dois sentidos entre eles. Cuidados especiais devem ser tomados pelo analista ao usar qualquer tipo de poder em detrimento de seu conhecimento teórico, pois trata-se do desenvolvimento pessoal de duas pessoas o que será decisivo nesta relação.
Dai a importância da supervisão, já que este ponto de vista pressupõe reconhecer o envolvimento emocional do analista dentro do processo.
Em seu texto de 1946, Jung salientava as qualidades do relacionamento transferencial como caloroso, reparador e muitas vezes inesperado sempre dentro de um ambiente protetor capaz de adaptar-se a realidade psíquica de seu analisando.
O desejo de compreender e a capacidade empática do terapeuta configuram uma personalidade capaz de entender e conter ansiedade, medo, depressão e desespero, transformando o processo em uma verdadeira aliança terapêutica
Torna-se fundamental deste ponto de vista a analise de treinamento como Jung denominava o que hoje entendemos como supervisão.
A atitude de Jung com relação a transferência alternava intensamente de texto para texto.
Por um lado considerava, assim como na psicanalise, um aspecto central e de qualquer modo inevitável, transitando do sublime ao repulsivo (CW16, parag.283-4, 358 ,371.)
As vezes concebida como apenas algo erótico e como um obstáculo: ”você cura apesar da transferência e não por causa dela”.
Cada escola terapêutica da atualidade, tem uma atitude com relação a transferência:
1) Alguns consideram a transferência um desvio do que e mais importante ou seja, elucidação do conteúdo simbólico do material do paciente.
2) Outros consideram que na