Análise de Caso - Psicologia Analítica
ESCOLA DE SAÚDE E BIOCIÊNCIAS
CURSO DE PSICOLOGIA
LABORATÓRIO DE PRÁTICAS CLÍNICAS
MARCELO WALMIR ARALDI
CASO 1 – PSICOLOGIA ANALÍTICA
M., 57 anos, executivo bem-sucedido, não tem nenhum precedente fisiológico indicado no relato do caso que sugira a possibilidade dos problemas que vem enfrentando, nomeadamente o enfarte, estarem se manifestando por razões desta ordem. Antes, o que o relato está indicando é que este evento foi produzido pela forma de funcionamento psíquico subjacente à constituição do paciente. Nesse sentido, podemos dizer a partir da perspectiva junguiana que este enfarte seja uma representação simbólica a nível orgânico de algo que o indivíduo não consegue elaborar num nível mental. Ou seja, considerando-se a totalidade psique-corpo como um sistema que se autorregula, informações importantes a nível dos subsistemas que compõe corpo/soma (neste caso, o sistema cardiorrespiratório, mais metafórica do que literalmente considerado, que representaria basicamente suas emoções e sentimentos) não estão alcançado acesso à consciência do ego (RAMOS, 2006, p. 69-70). Por que? Uma vez que a informação que está saindo de um sistema observável, o problema então não estaria nele mesmo? Ocorre, todavia, que este sujeito já veio encaminhado do próprio cardiologista. A não ser que coloquemos em dúvida a própria competência do médico, teremos que lidar com um problema que tudo indica estar relacionado com desencadeantes psíquicos. Ora, o histórico relatado pelo paciente em adição com suas atitudes, estilo de vida, nos fornecem base a partir da qual podemos levantar algumas hipóteses. Deste modo, em termos junguianos, percebe-se um sujeito superidentificado com a persona, sua personalidade pública: possui as mesmas atitudes, expectativas, tanto por parte de seus subalternos no trabalho, quanto por parte dos familiares no ambiente doméstico (STEIN, 2009, p. 108). Estas atitudes e expectativas são