O veneno
Introdução do Componente Florestal em
Propriedades Rurais
Luciano Javier Montoya1
Moacir José Sales Medrado2
1. Introdução
Acredita-se, desde há muito tempo, que a única solução para alimentar a população mundial crescente é uma agricultura que use, intensivamente, os insumos industriais, a mecanização e os recursos biotecnológicos. Este modelo, posto em prática em países subdesenvolvidos onde, geralmente, os níveis educacional e de poupança, no setor rural, são baixos e as inovações biotecnológicas, que chegam ao campo, são reduzidas, ao invés de trazer os benefícios esperados, tem causado significativas perdas das florestas e dos solos, em virtude da derrubada e queima e da mecanização intensiva, que provoca erosão, desertificação, salinização e outros processos de degradação ambiental.
No Brasil, esta situação agravou-se com os problemas ocasionados pelos extrativismos mineral e vegetal e pela construção de hidrelétricas. De certa maneira, este agravamento ocorreu, também, pelo não reconhecimento da influência da agricultura familiar na produção agropecuária brasileira.
Em função dessas situações, a defesa do meio ambiente tem sido um dos temas mais debatidos nas discussões que visam estabelecer um padrão de desenvolvimento agrícola para o próximo milênio. Desta forma, iniciaram-se esforços de prefeituras, universidades, cooperativas e outras organizações não governamentais (ONGs), para implementação de programas de reflorestamento com perspectiva de desenvolvimento sustentado dos setores agrícola e florestal. No entanto, tem sido difícil, de acordo com Maydel (1989), para engenheiros agrônomos e florestais comprovarem que os benefícios da floresta e das árvores são de importância imediata para aqueles que vivem nela ou em torno dela. Por isto, as atividades florestais têm sido forçadas a ocupar sítios cada vez mais marginais.
Conforme Medrado et al. (1994), a maioria dos produtores descarta o plantio de árvores em sua