O uso de drogas na vida
Coro encontra-se no centro do palco, inicia-se música instrumental. Atores entram pela plateia distribuindo uvas. A luz do palco sobe em resistência.
CORO: Estava rolando um Ditirambo
Com ruivas, morenas e loirinhas
Todas bem assanhadinhas
Embriagadas com o néctar da vinha
Enquanto faziam a dancinha
Em homenagem ao cara da uvinha
TÉSPIS: Eu sou Dionísio! (Evoé) Viva as festas (Evoé) Viva a fertilidade (Evoé) Viva o vinho (Evoé) Viva o teatro (Evoé).
CORO I: Esse é Téspis.
CORO II: O primeiro ator do ocidente.
CORO III: E assim surge o teatro.
(canta-se o coro do ditirambo novamente)
TÉSPIS: As primeiras peças teatrais eram apresentadas em honra à Dionísio. Os atores usavam personas, um tipo de máscara que fazia ressoar a voz e simbolizava a abnegação e a perda da individualidade. Os intérpretes difundiam a sua identidade na de um outro. Máscaras!!!
(todos correm para colocar suas máscaras, se posicionam como estátuas gregas)
DIRETOR: Ah, que horror. Eu posso saber o que é isso? (aponta para ator com máscara cirúrgica)
ATOR: Ué, você não pediu uma máscara branca?
DIRETOR: Sim criatura, mas olha para os seus colegas. Ela, ela, ele, ela...isto. Consegue perceber a diferença? Isso é teatro grego e não plantão do Mario Gatti(mudar o nome do hospital conforme a cidade) Ah, acabou com a minha inspirção. Saiam todos, vamos saiam. SAIAM!!!
AUXILIAR: Calma diretor.
DIRETOR: Calma? Você me pede calma? Quando está finalmente me vindo uma ideia, uma luz no fim do túnel, acontece esse tipo de coisa. Como que eu posso trabalhar com gente assim? Um bando de amadores. Onde você me arranjou esses atores acéfalos, hein?
AUXILIAR: O senhor que fez a seleção...
DIRETOR: Ah, estou perdido mesmo. Já são mais de dois anos sem escrever algo, dois anos sem um pingo de inspiração.
AUXILIAR: Mas não vamos nos esquecer que antes disso você escreveu sete peças. Todas elas sucesso de público e crítica, sendo que quatro receberam até prêmios internacionais.