O trabalho liberta ou escraviza o homem?
Na antiguidade clássica o trabalho era visto como algo inferior, era livre o homem que não precisava trabalhar, que vivia no ócio, pois assim ele tinha tempo para pensar e refletir sobre si mesmo e sobre a sociedade em que vivia. O trabalho nesse período era praticado apenas por escravos, camponeses, negociantes, servos, artesãos etc. que de acordo com Aristóteles, estes nunca poderiam ter uma vida nobre e feliz, o filósofo em questão considerava a pobreza uma espécie de defeito, vício. Feliz, nobre, virtuoso e livre seria aquele que fosse sustentado pelo trabalho rural de seus escravos.
A visão do trabalho ganha outra faceta com a Revolução Industrial, acreditava-se que a Revolução Industrial libertaria o homem, através do trabalho. Pois, o trabalho humaniza, o ser humano se modifica pelo trabalho e atende suas necessidades. Mas, ao contrário do que se esperava a Revolução Industrial só afundou o homem na miséria e na pobreza. Antes da Revolução o trabalho era artesanal, um serviço ou produto era 100% realizado por uma pessoa, com a Revolução o processo antes artesanal se tornou manufatureiro, agilizando, assim, o sistema de produção. Houve uma divisão do trabalho sistematizada, na fabricação de um mesmo produto cada um fazia uma parte da produção. Para Marx essa especialização do trabalho gera alienação, estranhamento, o homem não se reconhece mais no sistema do que foi produzido. Quanto mais especialista você é em uma determinada coisa, menos você sabe do resto, ficando mais fácil aos proprietários, a classe dominante, dominar e coagir o trabalhador a receber salários baixíssimos. Pois, sem o trabalho o homem é considerado um ser inútil, e por isso ele aceita a “exploração”, se sujeita a qualquer trabalho, a qualquer cansaço.
O filme “Tempos modernos” de Charles Chaplin em muito se relaciona com as teorias de Karl Marx, o filme é uma crítica, uma sátira ao pensamento da sociedade industrial. Na realidade a Revolução