Tudo o que é sólido desmancha no ar
Professor: Leonardo de Carvalho / História Contemporânea
Tempos contraditórios
"Tudo o que era sólido se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado, e as pessoas são finalmente forçadas a encarar com serenidade sua posição social e suas relações recíprocas.”
(Manifesto Comunista) Um mundo em constante mudança. Um tempo em que homens criam um universo que os escraviza. A modernidade transforma o homem em sujeito mas não o tira da instância de ser um objeto do seu próprio tempo. A sede pelo novo inibe o medo de perder o velho carregado de toda a sua segurança. Marshall Berman relata em sua obra "Tudo o que é sólido desmancha no ar" uma época complexa, carregada de contrariedade. A frase título da obra, cunhada por Marx, revela a verdade de um universo moderno, onde as mudanças constroem um novo mundo, com novas regras, novos pensamentos, novas convivências, relações e valores. A modernidade é destacada como uma experiência que promete aventura, felicidade, poder, crescimento, mas ao mesmo ameaça o que já é existente, o que se conhece, a segurança da tradição, como observado na introdução, página 24: "... ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o que tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos..." Até os dias de hoje observamos o que era sólido se tornar poeira, afinal, vivemos em uma época de incertezas e crises, buscamos por mudanças mas na verdade é o tradicional que nos remete a seguranças. Os indivíduos hoje têm medo do novo e escondem isso para serem os sujeitos da história. Um mundo que promete trazer o novo ao qual muitos indivíduos querem mas não estão preparados para enfrentar. A solidez de Marx, abordada por Berman ao mundo moderno se dava em todas as esferas. Não apenas uma solidez real como também uma solidez abstrata. Ideias que reverteriam um mundo novo sem volta. Além de Marx, Berman se apoia também em Rousseau e outros autores clássicos conceituados como Nietzche para sustentar