o tipo aldo rossi
Articulado ao conceito de lugar comparece o de tipo que constitui, para Rossi e os neoracionalistas italianos, um dos fundamentais componentes da morfologia da cidade. O interesse pelo tema da tipologia é reintroduzido, na década de 1960, com a publicação de um notável ensaio de Giulio Carlo Argan10 sobre o teórico francês do século XIX, Quatremère de
Quincy.
Dentro da tradição acadêmica, Antoine-Crysostome Quatremère de Quincy estabelece no
Dictionnnaire historique de l’architecture (Paris, 1832) uma diferenciação entre o tipo ideal (type) e modelo físico (modèle), retomada por Argan. ‘Tipo’ corresponde aqui à idéia de um elemento que deve servir de norma para o modelo que, portanto, equivale à idéia genérica, platônica, arquetípica, à forma básica comum da arquitetura como, por exemplo, um edifício que se organiza
10 Ensaio intitulado “Sobre o conceito de tipologia arquitetônica”, publicado originalmente em 1962, inserido no livro
Projeto e destino. São Paulo: Ática, 2004, pp. 65-70. ao redor de um pátio. ‘Modelo’ é aquilo que pode continuamente ser repetido tal qual se apresenta, como um carimbo que possui uma série de caracteres expressivos. Por exemplo, dentro da espécie de construção ao redor de um pátio, certos palazzi da renascença correspondem a modelos que podem ser reproduzidos.
Os tipos arquitetônicos de Quatremère de Quincy são reduzidos por Argan a uma forma original comum identificada a partir de obras específicas de um contexto cultural particular, portadoras de propriedades funcionais e formais semelhantes. Desse modo, para Argan, o ‘tipo’, mais do que um conjunto de entidade fixas estabelecidas a priori, corresponde a um princípio passível de variações definidas como respostas relacionadas a mudanças tecnológicas e socioculturais.
Josep Maria Montaner11 lembra que entre os primeiros filósofos que teorizaram a respeito da noção de ‘tipo’ no pensamento moderno, está Wilhelm Dilthey (1833-1911) e sua escola. A partir
da