A Arquitetura da Cidade
L’Architettura della Città é publicado em 1966, mesmo ano de Complexity and Contradiction in Architecture de Robert Venturi, nos Estados Unidos e de Il Territorio dell’Architettura, de Vittorio Gregotti, na Itália.
Sem querer se debruçar na relação, e nem mesmo, sobre as diferenças e complementariedades destes três textos, ilumina-se a partir de uma cronologia horizontal (1) a amplitude do debate de uma geração inteira de arquitetos sobre a necessidade de redefinir coordenadas teóricas, que poderiam guiar e orientar a dimensão do fazer e do agir arquitetônico. A leitura dos três livros demonstra uma verdadeira revisão crítica da disciplina, a partir do empobrecimento do Movimento Moderno que, na forma globalizada do International Style, do segundo pós-guerra, manifesta a sua insuficiência em delinear com clareza qual deveria ser o futuro da arquitetura.
L’architettura della Città abre um debate fundamental da história da cidade e da arquitetura já explicitado no próprio título: a cidade, na sua totalidade, aparece como um organismo vivo que se compõe de arquitetura em um binômio inseparável. Com isso, Aldo Rossi põe as bases para uma refundação objetiva e científica da disciplina, cuja racionalidade não é mais autoreferencial, mas interna, de coordenadas históricas. A arquitetura, assim, é vista como um fato permanente, universal e necessário que deve conhecer e reconquistar o território indiscutível da própria especulação teórica e da própria prática operativa: a cidade.
O objetivo primário de Rossi é justamente o de definir a estrutura intrínseca na cidade, pois somente partindo de seu conhecimento e da análise da dimensão urbana, a arquitetura poderia restabelecer sua contribuição operativa. A cidade, que vem analisada e investigada pelo autor através de métodos interpretativos específicos da geografia urbana e princípios do estruturalismo, compõe-se “per parti” autônomas e