Primeiras Sociologias: Ordem, caos, contradições, evolução
Enquanto a sociedade era inspirada pela liberdade, individualismo e anticlericalismo que foram trazidos pelo Iluminismo e pela Revolução Francesa, certa parcela de indivíduos adotou uma posição conservadora. Esses conservadores, que eram chamados de "profetas do passado" desejavam uma sociedade hierarquizada, patriarcal, artesanal, dotada de valores religiosos, onde prevalecessem a ordem e a autoridade, baseada nas sociedades medievais que declinaram a partir do Renascimento. Os "profetas", dando destaque ao inglês Edmund Burke, e os franceses, Joseph de Maistre e Louis Bonald, criticavam as sociedades que resultaram de duas revoluções e que trouxeram com a modernidade e a urbanização, o caos, a imoralidade e o desapego - e eventual esquecimento - de instituições como a Igreja e as associações de ofício. Entretanto, a Sociologia assume um caráter bem menos conservador, tendo o progresso como "uma tendência inexorável". Esse avanço se torna mais claro após a obra de Claude Henri Rouvroy, conde de Saint-Simon, onde expõe a existência de classes sociais e seus conflitos por interesses. Compara, inclusive, os industriais a abelhas, e a elite aos zangões. Para Saint-Simon, para atingir o progresso, seria necessário aliar a produção material, a divisão do trabalho e a propriedade. Chamou de Fisiologia Social a ciência que acabara de construir. Como toda sociedade possui ideais em comum e há a necessidade de cada membro sentir-se ligado moralmente aos demais, na sociedade industrial ficaria, através do trabalho, com o poder dos antigos guerreiros, assim como o poder teológico seria substituído pela capacidade científica positiva.