O tempo na escrita da história
Marcos Alfredo Corrêa[1]
RESUMO:
Com este artigo busca-se demonstrar a importância do tempo para a escrita da história. Pensar o tempo na história é fazermos exercícios de rompimentos com noções temporais acorrentadas em nosso dia a dia. É identificar o saber que temos sobre o tempo, é entender porque tal saber se constituiu a partir de determinados referenciais explicativos da realidade. Trabalhar o tempo enquanto noção básica de aprendizagem histórica é estabelecer relações cognitivas entre a forma de como pensar e viver. Por outro lado trabalhar com o tempo e instigante e nos leva a compreender que vivemos em uma sociedade cujo passado é entendido de forma desarticulada do presente. Assim nesse cenário, o papel dos historiadores e, portanto, as suas escritas tornam-se fundamentais na elaboração de mecanismos geradores de consciência histórica e de formação dos conceitos de tempo na e para a História. Destaca-se a importância da Escola dos Annales para a formação dos novos historiadores, que ao longo do percurso vão demonstrar a extrema importância de considerarmos as diferentes temporalidades na investigação e escrita da história. Nosso objetivo com este artigo foi o de apresentar algumas reflexões sobre a importância da categoria tempo e, de modo simples e didático sugerir possíveis caminhos para um estudo mais significativo da História.
PALAVRAS–CHAVE: Tempo, Categoria, Escrita, Annales
INTRODUCÃO:
Pensar sobre o tempo na História é fazer um exercício sobre como romper com essa concepção que está há muito tempo ancorada em nossa vida e no nosso cotidiano, e pensar no tempo por nós vivido e percebido como tal, compreender que as noções que temos e construímos sobre o tempo, inclusive quanto ao seu caráter cíclico e renovador, são representações elaboradas por homens e mulheres de diferentes épocas, a partir de determinados contextos e necessidades. É identificar que o saber que temos acerca do tempo histórico se