O SUJEITO NA EPISTEMOLOGIA GENÉTICA
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José Antônio Damásio Abib
RESUMO. Sugere-se neste ensaio que, na epistemologia genética, o sujeito se dirige ao mundo, se interessa por ele e é um princípio de auto-organização. Ontologicamente, seu modo de existência é o do encontro: encontro com o mundo.
Epistemologicamente, seu modo de conhecimento é o da presença: presença do mundo. O construtivismo, a tese de que o conhecimento é construção de relações, começa como presença, o que exclui a noção de conhecimento como representação.
Destaca-se a centralidade da noção de auto-organização na elucidação do conceito de sujeito, bem como um limite dessa noção, quando se trata de transformar o mundo. Na conclusão, são feitas algumas sugestões para superá-lo.
Palavras-chave: Epistemologia genética; auto-organização; inteligência.
THE SUBJECT IN GENETIC EPISTEMOLOGY
ABSTRACT. In this essay it is suggested that, according to genetic epistemology, the subject approaches the world, takes interest in it, and that this is a principle of self-organization. From an ontological point of view, his mode of existence is that of the encounter: the encounter with the world. From the epistemological point of view, his mode of knowledge is that of presence: presence of the world. Constructivism, the thesis that knowledge is the construction of relations, begins with presence, excluding the idea of knowledge as representation. It is emphasized the importance of a notion of self-organization to explain the concept of subject as well as a limit of this notion, when the purpose is to change the world. The conclusion brings some suggestions how to overcome it.
Key words: Genetic epistemology; self-organization; intelligence.
Piaget (s.d./1979) afirma que as estruturas psicológicas são reguladas; e logo após enunciar isso, escreve: “Mas, então, por quem ou por que coisa?” (p.
57). Essa regulação é ativa e autônoma: é autoregulação. Há, então, um funcionamento, ou um
centro