O suicídio dentro dos fatos sociais
Émile Durkheim, sociólogo francês do século XIX, ao longo de sua vida, preocupou-se em estudar as relações entre as estruturas sociais e o comportamento individual.
O suicídio, segundo Durkheim, é “todo o caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado”. Portanto, seu objetivo foi analisar fatores sociais que agem não sobre os indivíduos isolados, mas sobre o grupo, sobre o conjunto da sociedade.
Durkheim é considerado, ao lado de Karl Marx e Max Weber, um dos pais da sociologia, e também é a quem atribuímos o conceito de fato social, mostrando seu esforço em compreender a sociedade a partir de suas leis e regras.
Fato social, de acordo com Durkheim, são ações na sociedade, independentes e exteriores ao indivíduo, que são capazes de determinar suas ações. Há três princípios básicos que definem os fatos sociais, que são: a coercitividade, conformar o indivíduo a partir do constrangimento, a exterioridade, padrões exteriores aos indivíduos que determinam suas ações, e a generalidade, os padrões coletivos que atuam sob toda a sociedade.
Durkheim acredita então que o suicídio se dá pelos princípios básicos do fato social, o qual divide em três tipos: o suicídio egoísta, no qual os laços entre o indivíduo e os outros na sociedade são fracos, sendo sua morte de pouco impacto no resto do corpo social, o suicídio altruísta, em que um indivíduo está tão conectado a sua comunidade que não tem vida própria, acreditando que sua morte pode trazer benefícios para a sociedade, e o suicídio anômico, aquele que ocorre em uma situação de anomia social, ou seja, quando há ausência de regras na sociedade, gerando o caos, fazendo com que a normalidade social não seja mantida, como por exemplo durante uma crise econômica.
Renata Ackermann