O Sol Da Terra
Por Dayana Caldas
Um filme dirigido por Wim Wenders e por Juliano Ribeiro Salgado, o longa conta de maneira clássica a trajetória do fotografo Sebastião Salgado.
O Fotografo dos mais premiados e conhecidos do mundo, o brasileiro Sebastião Salgado é uma espécie de aventureiro-viajante do século 21. Um viajante com pauta social, no entanto, cujas lentes acompanharam, foram migrações, secas, deslocamentos decorrentes de guerras, etc; registrados em séries a que ele dedica longos anos.
O filme apresenta trechos da vida do fotógrafo narrados tanto pelo próprio Salgado quanto pelos dois diretores. O artifício de ter a voz (e por vezes a imagem) de Salgado projetada sobre suas fotografias resulta numa espécie de faixa comentada de um álbum fotográfico.
Conta também a história familiar de Sebastião, o encontro com Lélia(sua esposa) em Vitória e a ida do casal para São Paulo, a proximidade com a militância à esquerda, a decisão de se mudar para a Europa após o recrudescimento da ditadura, o abandono da carreira de economista em benefício da fotografia, o nascimento dos filhos e a surpresa em saber que seu segundo filho é portador da síndrome de Down”.
O que mais me chamou a atenção neste filme inteiro, foi que o cenário que ele encontra, na África e nas Américas, ultrapassa largamente os parâmetros de crueldade, a população acostumada às misérias. Salgado se vê diante do horror. E fala que adoeceu, não pelo fato de doença infecciosa, mas sua alma estava doente.
Era a doença da descrença. Ou da convicção de que esse “animal feroz” que são os humanos, cuja “história é a história das guerras, da repressão, uma história louca”, não merecia viver.
Para curar a alma, Salgado se voltou para a natureza. Dessa fase ele trouxe a tona o Instituto Terra (com o replantio de mata atlântica na região da fazenda de seus pais, em Aimorés) e o projeto Gênesis. Com Gênesis, observa Wenders, Salgado “escreve uma carta de amor pelo planeta”. E com O sal da terra, Wenders