O SISTEMA DE PRODUÇÃO ENXUTA
O sistema de produção enxuta, desenvolvido no Japão nos anos 50 e que permitiu a este país desafiar a superpotência industrial dos EUA, só foi estudado a fundo e disseminado pelos países ocidentais na década de 80. No entanto, devido a muitos insucessos na utilização de técnicas enxutas em empresas ocidentais, principalmente norte-americanas, constatou-se que a produção enxuta não era apenas um conjunto de ferramentas a serem implantadas, mas que havia toda uma filosofia de administração da produção, atendimento ao cliente e relacionamento com os fornecedores por trás disso. Algumas obras tentaram explicar então esta filosofia, muito relacionada ao contexto social e ao ambiente econômico em que surgiu a produção enxuta no Japão. Uma das mais importantes é a de Womack & Jones (1998), que explora também a idéia de cadeia de valor de um produto, ou seja, todas as etapas às quais um produto é submetido e que agrega valor para o cliente, desde os fornecedores de matérias-primas até o atendimento pós-venda. Dessa forma, para uma empresa ser competitiva, a utilização de uma produção enxuta não é necessariamente suficiente. Ela deve ter um pensamento enxuto em todas as suas atividades, sendo assim uma empresa enxuta.
Técnicas diferentes foram desenvolvidas para ajudar uma empresa a identificar os pontos nos quais ela agrega valor e a implantar a produção enxuta. O Mapeamento do Fluxo de Valor (MFV), desenvolvida recentemente por Rother & Shook (1998), é uma delas. Por ser muito recente, não há ainda dados suficientes para sua avaliação prática.
Também há dúvidas quanto ao campo de aplicação possível. Este artigo tem por objetivo fornecer algumas contribuições relacionadas com a avaliação do MFV. Para isso, apresenta uma revisão das teorias e idéias mais recentes sobre a produção enxuta, incluindo o MFV, e descreve uma aplicação prática deste na Volkswagen Motores de São Carlos. A sessão 2 faz uma descrição da evolução da produção