O ser humano
Feitos para crer
Maior fenômeno editorial da história, O Segredo mal chegou ao Brasil e já é sucesso. O segredo?
O ser humano nasceu para acreditar
Lizia Bydlowski Montagem com fotos de Pando Hall/Getty Images, Darrin Zammit/Reuters, Daniel Benass/Contigo, Fabio Mangabeira, Mario Rodrigues e divulgação |
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Você é o que pensa. Até aqui nenhuma novidade. A premissa vem sendo veiculada, com maior ou menor sustentação e apuro intelectual, desde o alvorecer de um estranho tipo de primata capaz de analisar fatos, estabelecer relações entre eles e projetar expectativas no tempo (veja a reportagem). Avançando algumas centenas de milhares de anos na história humana: pelo individualismo que traz embutido, o conceito da força do pensamento proliferou nos Estados Unidos, a terra por excelência da meritocracia e da valorização do esforço de cada um, e tende a ressurgir em sociedades em que as mudanças coletivas parecem emperradas. Sendo este justamente um desses momentos, espalha-se pelo mundo – começou nos Estados Unidos, claro, e já está batendo no Brasil – um fenômeno que arrebanha fiéis com ímpeto impressionante: o passo-a-passo para o sucesso revelado em O Segredo, um DVD transformado em livro que prega a força do pensamento positivo (e negativo também) em sua versão mais popular, simplista e atraente. O DVD, que custa cerca de 35 dólares, já vendeu 1,5 milhão de cópias; o livro, lançado há três meses, está em primeiro lugar na lista de auto-ajuda do The New York Times e teve a primeira edição de 1,75 milhão de cópias esgotada. Outra, de 2 milhões, está a caminho, o que faz dele, possivelmente, o maior sucesso de vendas do gênero na história. No Brasil, onde O Segredo só existe em inglês mas já é tema de quatro comunidades no site de relacionamentos Orkut, a maior delas com 12.000 membros, o filme estreou