O ser humano
Quer dizer, durante milhões de anos as espécies de seres vivos procederiam umas das outras, passando, sim, de seres menos perfeitos a seres mais perfeitos, melhor adaptados, mas sempre se mantendo dentro dos limites do reino natural.
Em que consistem esses limites? Em que a "história", que não é tal precisamente por isso, das espécies irracionais é cíclica, se repete sempre o mesmo esquema ao longo das gerações. Os cordeiros de hoje tem sido exatamente iguais a dois mil anos e continuarão assim até que haja cordeiros no planeta.
O animal irracional não transforma a natureza, inclusive quando parece que o faz, como no caso do cordeiro ou dos térmitas, o que faz é seguir um instinto natural que é sempre o mesmo para sua espécie.
O surgimento do ser humano no meio de toda essa natureza viva, é algo como um fogo de artifício aceso de repente na noite.
Só a indiferença pode nos fazer ficar insensíveis a uma exceção tão clamorosa. De repente, aparece sobre a face do planeta um animal que é capaz de pensar e decidir, de planejar, de prever o futuro, de estudar os mecanismos naturais para imitá-los em suas invenções ou para aproveitar-se dos mesmos, de refletir sobre si mesmo e o que o rodeia e perguntar sobre sua própria origem e fim, de reconhecer sujeito a leis morais que não estão escritas em nenhuma parte mas que são mais fortes que as leis escritas, de criar civilizações, impérios, artes, ciências, religiões, etc. E de ter portanto o que as outras espécies nunca poderiam ter: história.
Frente a esse fato visível, que dizem os evolucionistas, que são materialistas? Apenas podem balbuciar algo sobre o tamanho do cérebro, do polegar, a postura ereta, etc.
É como se diante de um quadro de Rembrandt se começasse a fazer investigações sobre o tamanho do pincel, a composição química dos