O sentido da vida
Ame a vida acima de tudo no mundo e só então compreenderás o seu sentido. Dostoievsky
O que queremos saber quando nos perguntamos pelo sentido da vida? Ora, queremos saber de coisas como o valor, o propósito, a finalidade última da existência humana. Ações humanas geralmente têm propósito, elas fazem sentido. Mas qual será o sentido do conjunto das ações de uma pessoa em um período prolongado de sua vida, ou mesmo do seu nascimento até a sua morte? Eis uma breve lista de respostas já sugeridas, muitas delas ingênuas ou superficiais, mas demonstrativas das perplexidades que o problema produz:
1) O sentido da vida é servir a Deus. (Essa é a velha resposta religiosa, cuja desvantagem é ser dogmática.)
2) O sentido da vida é a luta, o que importa é vencer: “A vida é combate / Que os fracos abate / Que os fortes, os bravos / Só pode exaltar”, diz a Canção do Tamoio. (Essa visão tem o inconveniente de produzir um número muito grande de infartos.)
3) O sentido da vida é o enriquecimento interior. (A pergunta é: para que?)
4) O sentido da vida é a preservação da espécie, ou seja, a reprodução. (Vale especialmente para touros e cavalos de raça.)
5) O sentido da vida é a satisfação dos desejos. Fausto, que vivia para a satisfação de seus desejos, era quem sabia viver. (Pena que nem todos possam ter um Mefistófeles a seu serviço.)
6) O sentido da vida é a paz interior. (Assim pensam os adeptos da meditação transcendental.)
7) O sentido da vida está no amor; é ter um bom relacionamento com os parentes, com amigos, com a sociedade. “Onde não houver amor, ponha amor, e o amor florescerá”, escreveu São João da Cruz. (Isso pode ser um condimento necessário à boa vida, mas não sua finalidade.)
8) A vida não tem sentido. Essa é a