O senhor de si
Dinheiro... ah o dinheiro. Este é o amigo mais direto que possuo e que trás tudo o que quero, ou me afasta daquilo que detesto. Hoje tenho muito dele, conseqüentemente, possuo uma linda garota que me deseja, desde que eu tenha sempre meu amigo por perto. E por falar nos amigos, quantos não possuo. Cada um mais interessado no último iate que comprei do que na minha saúde. E eu ligaria para isso? De forma alguma, até gosto que seja assim. Afinal de contas, pra quê se preocupar com doença quando se tem o dinheiro? É uma grande bobagem achar que ficaria doente se nem ao menos envelheço. Estou com esta aparência de trinta anos a mais de vinte. Eu desafio quem quer que seja a achar uma única ruga em meu rosto. Aposto quanto quiseres que nunca achará nenhuma. Sou jovial até que um dia eu enjoe disso tudo. Ao contrário das pessoas comuns, eu sei quando vou morrer. Aliás, já era pra eu estar a sete palmos de terra há muito tempo. E porque não estou? Simples, barganhei com a dona morte. É verdade, desafio você a tentar me dar um tiro, todas as balas de sua arma falhariam infalivelmente. Já desafiei outros incrédulos e se deram mal, mas não no sentido real da palavra, não me entenda mal, eu não matei ninguém. Muitos tentaram arrancar de mim como eu “comprei” a vida eterna e vou repetir pela última vez, eu não vivo para sempre, só estarei vivo enquanto houver dinheiro nas minhas contas bancárias. Alguns estudiosos estão com a cabeça quente de tanto pensar em como consigo tantas coisas com o dinheiro. Já os religiosos mais enérgicos, digamos assim, dizem que fiz até acordo com forças sobrenaturais da maldade. Quanta bobagem, nada disso é real, afinal, realidade é um lugar segundo um ponto de vista é diferente do outro. Na minha realidade, posso montar uma casa do tamanho que quiser no lugar que mais me agrade e aposto com você que ela estaria pronta em menos de uma semana. Já a realidade de outra pessoa seria difícil, complicado e dolorido construir uma pequena