O selvagem e a História
A partir das Navegações portuguesas e da chegada de Colombo à América, uma nova humanidade apareceu na mentalidade européia. Nesse processo, surge o novo “selvagem”
O objetivo desse trabalho é examinar o significado de “selvagem” no pensamento grego antigo, especialmente em Heródoto
O Pensamento grego clássico não apreciava a alteridade (relação de interdependência entre indivíduos. A necessidade do outro. O entendimento de que o “eu” só existe a partir da interação com o “outro”.
Por exemplo: Aristóteles propunha que só realizava a plenitude da humanidade o homem que vivia na polis. Em outras palavras, quem não era grego, era bárbaro ou até mesmo selvagem.
Isso minava o interesse dos gregos de estudarem outros povos, já que eles serviam apenas como uma sombra que delimitava os contornos da identidade grega.
Exempolo: Os selvagens tiveram que ser inventados até mesmo antes dos bárbaros
Os gregos valorizavam mais o conhecimento objetivo, imutável, exato, matemático, pois era o mesmo em qualquer tempo e lugar. Já o conhecimento histórico seria impossível, pois não é exato. É uma ciência da ação humana, que está em constante transformação, tornando-se um objeto de estudo não inteligível.
Havia entretanto uma consciência histórica nos gregos, mas o foco não era no acontecimento histórico em si, mas deveria afastar-se de tal acontecimento para descobrir a lição que ele trouxe. Por esse motivo a poesia, para Aristóteles se aproximava mais da ciência que a própria história.
Nesse contexto, Heródoto surge como exceção.
Ele se dedicava ao que hoje chamamos de “história oral” ou “memória”
Ele trabalhava com uma hierarquia de informações:
1ª Dimensão: Quanto mais próximos aos acontecimentos, mais confiáveis eram
2ª Dimensão: O grau de contato entre um povo e os gregos, determinava o crédito que tal informação merecia.
Exemplo: Os citas podem ser ouvidos pois faziam fronteira com a Grécia, já outros povos