O Riso E O Ris Vel
Verena Alberti
---
Nota: na edição impressa desta obra, a numeração das páginas encontra-se na parte superior das folhas.
---
Orelha esquerda: O riso sempre foi enigma na história do pensamento ocidental;
Tentar descobrir sua essência e a qualidade daquilo que faz rir fascina os mais variados pensadores. Durante muito tempo, o riso foi a marca que distinguia o homem tanto dos animais quanto de Deus, o que teve implicações éticas importantes: ora o condenavam por nos afastar da verdade e do sério característicos da superioridade divina, ora o toleravam seguindo certas regras que visavam nos afastar da inferioridade animal. A partir do século XIX, porém, a verdade e o sério não mais bastavam para explicar o mundo, e o riso passou a ocupar um lugar de destaque na filosofia. Este livro é uma história das teorias do riso desde a
Antigüidade até os dias atuais, história na qual se mantém constante a tensão entre o riso e o pensamento. Percorrendo suas páginas, veremos de que forma autores como Platão, Aristóteles, Cícero, Quintiliano, Hobbes, Kant, Schopenhauer, Spencer, Darwin, Bergson, Freud, Nietzsche, Bataille e muitos outros caracterizaram o riso e o que faz rir. O estudo das teorias do riso desde a Antigüidade nos mostra não só a recorrência de um julgamento ético no tratamento da questão, mas também outras preocupações freqüentes na definição do "próprio homem".
Durante algum tempo, por exemplo, foi importante saber o lugar físico do riso - onde se instalava, no corpo humano, essa diferença em relação aos animais.
---
Orelha direita: Outro conjunto de teorias revela que, em determinado período, o pensamento sobre o riso tinha relação direta com o pensamento sobre a organização política e social do homem. Já em outros textos, tentar definir o risível era fornecer um elenco de recursos úteis para a produção do cômico. Em todos os casos, Verena Alberti examinou os