Romantismo
O Poema Amor e Medo de Casimiro de Abreu foi trabalhado nas aulas de Literatura sobre o Romantismo( segunda fase).
Quando eu te fujo e me desvio cauto Da luz de fogo que te cerca, oh! bela, Contigo dizes, suspirando amores: ” Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!” Como te enganas! meu amor é chama Que se alimenta no voraz segredo, E se te fujo é que te adoro louco… És bela eu moço; tens amor eu medo!…
O contra ponto fogo/gelo, quente/frio irá s eguir por todo o poema. O ri tmo aqui é fri o. A bela é quente, é calor, “s us pira amores”. O moço, responsável, “se desvia cauto”, e responde a ela no poema, ca lmamente, ainda ra cional. “Meu a mor é chama, que s e alimenta no voraz segredo”. O tom em que ele fala isso é argumentativo. Aqui , ele a i nda tenta mostrar que não é bem assim, que ela está enganada, e faz isso com palavras, apenas.
Tenho medo de mim, de ti, de tudo, Da luz da sombra, do silêncio ou vozes, Das folhas secas, do chorar das fontes, Das horas longas a correr velozes. O véu da noite me atormenta em dores, A luz da aurora me intumesce os seios, E ao vento fresco do cair das tardes Eu me estremeço de cruéis receios. É que esse vento que na várzea ao longe, Do colmo o fumo caprichoso ondeia, Soprando um dia tornaria incêndio A chama viva que teu riso ateia! Ai! se abrasado crepitasse o cedro, Cedendo ao raio que a tormenta envia, Diz: que seria da plantinha humilde Que à sombra dele tão feliz crescia? A labareda que se enrosca ao tronco Torrara a planta qual queimara o galho, E a pobre nunca reviver pudera, Chovesse embora paternal orvalho!
Note-se a qui a seqüência de materialização da natureza. Pa ra quem vive assustado, prisioneiro do medo causado pel a bela, tudo lhe parece “assustador”. O s ilêncio e as vozes. As folhas secas, e as fontes que choram – ou s eja, molham. O véu da noite e a l uz da aurora. Cl aro/escuro. Luz/trevas. Vento/fumo. Quente/frio. A “bela”, pura e vi rgem, sempre i dealizada, que nunca