O riso no século xx
“Um dos autores mais expressivos desse modo de pensar o riso é o filósofo alemão Joachim Ritter. (...) O ponto de partida de Ritter é a relação estreita entre o riso e seu objeto: só se pode definir o riso, diz ele, enquanto ligado ao cômico, que, por sua vez, é determinado pelo sentido de existência (Daseinssinn) daquele que ri. (...) É da essência da ordem e do sério obrigar uma metade do Dasein a existir sob a forma de oposto. (...) Como o sério só pode apreender o nada de modo negativo – isto é, justamente enquanto nada -, a relação que a metade excluída continua mantendo com o universo do sério permanece secreta, diz Ritter. Ela só se torna visível e audível, para o sério, através do riso e do cômico”. (pag 11).
“O “pertencimento secreto do nada ao Dasein” pode constituir uma armadilha para a compreensão da teoria de Ritter. (...) O riso revelaria assim que o não-normativo, o desvio e o indizível fazem parte da existência. (...) São inúmeros os textos que tratam do riso no contexto de uma oposição entre a ordem e o desvio, com a conseqüente valorização do não-oficial e do não-sério, que abarcariam uma realidade mais essencial do que a limitada pelo sério”. (pag 12).
“O riso é o movimento positivo e infinito que põe em xeque as exclusões efetuadas pela razão e que mantém o nada na existência. (...) O riso está diretamente ligado aos caminhos seguidos pelo homem para encontrar e explicar