jornalismo
Alba Lívia Tallon BOZI2
(Mestranda em Comunicação,
Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro)
Resumo
Ao longo da história da humanidade, o riso sempre esteve presente, porém desempenhando papéis diferentes. Se na Antigüidade era utilizado para fazer suportar os revezes dos rituais religiosos e oficiais, na Idade Média, incorporou-se à cultura popular, provocando a sublime magia da liberdade. Na modernidade, o riso tornou-se zombeteiro, irônico, sarcástico, um riso de protesto, de contestação do poder.
Na contemporaneidade, o riso dominou espaços públicos e se faz presente na imprensa, sobretudo nas charges. Os ironistas dos jornais fazem provocações, dão voz a quem não tem, e garantem algum espaço de liberdade de expressão, mesmo regimes de censura e repressão, como aconteceu no Brasil durante os anos de ditadura.
Naquele período, quando valores como a liberdade foram duramente suprimidos, as charges atuaram como agente político, e foram usadas rotineiramente para expressar a insatisfação contra o regime totalitário.
Nosso trabalho pretende, então, analisar a presença do riso na imprensa, por meio das charges, refletindo sobre sua importância e o papel que desempenha como agente de resistência, sobretudo quando a censura se estabelece.
Palavras-chave: Imprensa. Charge. Riso. Contestação. Liberdade de imprensa.
Bufões, monstros, palhaços, heróis e divindades tiveram papel importante ao longo da história da humanidade. Foram grandes responsáveis pela provocação do riso e marcaram de maneira fundamental a sua consolidação, há muito, na cultura popular. Suas origens não são claras, mas claro é o fato de o riso ser elemento de grande destaque como oposição a culturas oficiais, como válvula de escape ao estresse de rígidos rituais religiosos, entre outras funções.
Mikhail Bakhtin, em seus estudos sobre a cultura popular, destaca o papel ocupado pela comédia durante a Idade Média e o