Festa da Penha
CURSO DE ANTROPOLOGIA
HISTÓRIA DA CULTURA POPULAR NO BRASIL
OLHAR DA IMPRENSA E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE BRASILEIRA A PARTIR DA FESTA DA PENHA.
Esta apresentação busca refletir sobre o olhar da imprensa a respeito da Festa da Penha e o sentido da transformação da festa que, foi aos poucos, deixando de ser apenas uma tradicional festa portuguesa, tornando-se uma festa popular, com predominância negra. Esse processo fez com que a festa tenha se tornado conhecida pelas práticas culturais africanas a ela incorporadas, como os batuques e as rodas de samba. Buscamos refletir também sobre a construção da identidade brasileira, os conflitos sociais que essa transformação na festa ocasiona, visto que diferentes grupos sociais começam a frequentá-la, principalmente aqueles considerados à margem da sociedade – como negros mestiços e trabalhadores avulsos. No mês de outubro, no final do século XIX tinha no seu calendário festivo da cidade do Rio de Janeiro, um dos eventos principais, a tradicional festa religiosa realizada na igreja da Penha, localizada numa parte da zona rural ocupada por fazendas dedicadas à policultura de subsistência ou ao produto comercial de ocasião, mantendo-se relativamente isolada do restante da cidade até os anos 1880, quando a estrada de ferro da Leopoldina passa a servi-la. Organizada pela Irmandade da Nossa Senhora da Penha tendo como responsável na época o Capelão Padre Ricardo, esta festa tinha eventos diversos, desde a missa solene, banda de música, barracas de comida, bebida e souvenirs. Através dos relatos dos grandes jornais, dos cronistas, na virada do século XIX para o XX podemos perceber uma crescente popularização da festa, por conta da quantidade de romeiros, devotos de Nossa Senhora da Penha, que todos os anos lotavam o arraial no qual a