O Realismo na Arte
Escola Sesc de Ensino Médio
Rio de Janeiro – 2013
“A pintura é uma arte essencialmente objetiva e consiste na representação das coisas reais e existentes. Um motivo abstrato, invisível, não pertence ao domínio da pintura. A imaginação na arte consiste em saber achar a expressão completa de uma coisa existente, jamais na sugestão ou criação da mesma. O belo está na natureza e encontra-se na realidade, sob as mais diversas formas. O belo, como verdadeiro, é algo relativo ao tempo em que se vive e ao indivíduo apto a concebê-lo. A expressão de beleza está em relação direta com o poder de percepção adquirido pelo artista. Não pode haver escolas, só existem pintores”.
Gustave Courbet
Introdução
No contexto artístico do século XIX, o Realismo rompe com todos os precedentes da arte até então vigente, refletindo as transformações de um mundo cada vez mais acelerado, urbano e industrial. Este trabalho tem por proposta analisar o panorama social, político e cultural que possibilitou o surgimento e difusão desse movimento, bem como sua repercussão na sociedade da época. Propõe, ainda, identificar as características temáticas e estéticas mais marcantes do Realismo, avaliando-as em obras pertencentes ao artista líder do movimento, Gustave Courbet.
Realismo: a denúncia pela verdade
O movimento que hoje é denominado Realismo surgiu a partir da segunda metade do século XIX. Esse período é caracterizado como aquele em que os ideais do liberalismo e da democracia ganharam mais espaço, as ciências evoluíram e os métodos de observação e experimentação da realidade passaram a ser vistos como os únicos capazes de explicar o mundo físico. Houve também uma grande transformação no âmbito social com o surgimento da população urbana, o aparecimento do proletariado (advindo da Revolução Industrial) e o aprofundamento das desigualdades sociais e econômicas.
É também época da