O que é o gosto?
Este dicionário dá-nos ainda a distinção entre bom e mau gosto, mas antes de avançarmos para as suas definições precisamos perceber o que é a Estética: numa descrição minimalista, a Estética é a “ciência que trata do Belo em geral e do sentimento que ele desperta em nós”. Prossigamos então com a análise ao que este dicionário “entende” por bom e mau gosto. Referindo o bom como “um conjunto de escolhas que se considera uma opção Estética de [boa] qualidade”2 e o mau gosto como o seu extremo oposto, ou seja “um conjunto de escolhas que se considera uma opção Estética de má qualidade”3 podemos ser iludidos de que a descrição e caracterização de gosto, e de tudo o que ele implica e que o envolve, é simples e sucinta. Mas na verdade não o é, e como este trabalho o vai mostrar, divergiu durante os tempos e o mais provável é que assim o continue a ser.
Savarrin, Fisiologia do Gosto
Savarrin faz nesta obra, uma abordagem ao gosto sensorial, ao gosto, presente em cada um de nós e despertado pela comida.
Começa com uma definição simples, mas precisa, do que podemos considerar como gosto: “é aquele dos nossos sentidos que nos põe em relação aos corpos saborosos, ao meio da sensação que eles causam no órgão destinado a apreciá-los”4. Diz ainda que o gosto é provocado pelo apetite, pela fome e a sede.
A particulariedade, e perfeição, do sistema gustativo e sensorial do humano são destacados neste capítulo, pois o ser humano tem “um instinto particular que o avisa que ele precisa de se deleitar”5 e procura, como que por um instinto animal, os objectos que lhe ofereçam maior prazer.
Considera ainda três meios em que o gosto se revela: físico, moral e material. O primeiro, no homem, como sendo o aparelho pelo qual os sabores são apreciados. O segundo, a sensação