Resenha do artigo: SPINI, Ana Paula. Combates de Memórias: Detração e resgate dos veteranos do Vietnã

Resenha do artigo: SPINI, Ana Paula. Combates de Memórias: Detração e resgate dos veteranos do Vietnã. In: Revista Eletrônica da ANPLAC. Nº 7, 2008.
José Ygor S. Pena

Conhecido como o principal veículo de divulgação do american way of life,
Hollywood continua a receber severas críticas de que seria também um instrumento governamental de difusão da ideologia conservadora.
Uma polêmica recente envolvendo o caráter tendencioso dos filmes hollywoodianos ocorreu no início de 2013 na ocasião da premiação do Oscar, quando
Argo (AFFLECK, 2012) foi premiado Melhor Filme do Ano. A agência de notícias iraniana Mehr, criticou o filme como uma propaganda anti-Irã1 e destacou o fato da atual primeira-dama dos EUA, Michelle Obama, ter feito o anúncio e entrega do prêmio como um claro indício da inclinação política da escolha.
Em seu artigo Combates e memórias: Detração e resgate dos veteranos do
Vietnã, Ana Paula Spini analisa a relação entre Hollywood e o governo estadunidense na produção de memórias sobre os veteranos da Guerra do Vietnã.
Na primeira seção do artigo, chamada Memórias vitoriosas na década de 1980 no cinema de Hollywood, Spini analisa os filmes Plantoon (STONE, 1986), Nascido para matar (KUBRICK, 1987) e Rambo (KOTCHEFF, 1982) e percebe que durante a década de 1980, os filmes de Hollywood atribuíram diversas acepções sobre o soldado americano que atuou na guerra. Enquanto em Rambo o corpo viril, plasmado para matar, é celebrado, Plantoon e Nascido para matar revelam um lado mais crítico do comportamento violento dos soldados como sinônimo de desumanidade.
Esses filmes produzidos nos anos 80 eram inspirados em relatos de excombatentes com o intuito de diferenciar e absolver os combatentes bons em detrimento dos maus combatentes, chamados “baby killers”. Era uma maneira de amenizar a imagem do veterano vilão marcante no imaginário do país, ressaltando que alguns poderiam ser heróis.

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