O que é linguagem politica.
Com a independência política do Brasil, em 1822, surge um novo público leitor brasileiro, principalmente caracterizado por seu nacionalismo ufanista (espécie de otimismo nacionalista), do qual os escritores são seus principais intérpretes. Dessa forma, a idéia de contribuir para o engrandecimento da nação, revelando o Brasil através de uma linguagem e de temáticas que pudessem caracterizar o povo brasileiro, passa a ser o objetivo de muitos escritores do Romantismo. José de Alencar, em especial, reivindicava uma escrita literária tipicamente brasileira. Em Iracema, o autor tenta criá-la através do estilo poético e da utilização de vocábulos indígenas. O índio passa a representar, então, na sua condição de primitivo habitante do Brasil, o próprio símbolo da nacionalidade e o modelo francês do bom selvagem, no qual os índios, ignorada toda a sua cultura, convertem-se em heróis, feitos a imagem de um nobre “cavalheiro branco”.
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O CONTEXTO HISTÓRICO:
Em Iracema, José de Alencar construiu uma alegoria perfeita do processo de colonização do Brasil e de toda a América pelos invasores portugueses e europeus em geral. O nome Iracema é uma anagrama da palavra América. O nome de seu amado Martim remete ao deus greco-romano Marte, o deus da guerra e da destruição.
O autor demonstra, já a partir do título, um evidente trabalho de construção de uma linguagem e de um estilo que possam melhor representar, para o leitor, “a singeleza primitiva da língua bárbara”, com “termos e frases que pareçam naturais na boca do selvagem”.
O livro foi publicado em 1865 e, em pouco tempo, agradou tanto aos leitores quanto aos críticos literários, a começar pelo jovem Machado de Assis, então com 27 anos, que escreveu sobre Iracema no Diário do Rio de Janeiro, em 1866:
“Tal é o livro do Sr. José de Alencar, fruto do estudo e da meditação, escrito com sentimento e consciência… Há de viver este livro, tem em si as