O que é filosofia
Kamilla Fernandes Souza
Partindo do pressuposto de que a realidade social é produzida historicamente e, como tal, trazem no seu interior contradições as quais ora acenam para a mudança ora para a reprodução das relações sociais, qualquer análise que se pretenda fazer em relação à educação, é imprescindível levar em consideração o contexto histórico - social – político - cultural em que está inserida.
Portanto, se examinarmos a evolução histórica, as razões pelas quais as escolas foram instituídas, ou seja, organizadas no âmbito da nossa sociedade, veremos que a maioria das escolas brasileiras não foi feita para funcionar, uma vez que o fracasso escolar devido às altas taxas de evasão e repetência ainda permeia no interior das escolas públicas.
Assim, é preciso pensar que, mais do que uma possibilidade, essa perspectiva é hoje uma necessidade. O fracasso escolar, que tem sido concebido como o fracasso do aluno ante as demandas escolares, é hoje provavelmente o maior empecilho à democratização das oportunidades de acesso e permanência da grande massa da população em nossas instituições escolares. É nesse sentido, o maior sintoma da crise de nossas escolas.
E tal crise tem sido desastrosa, não simplesmente pelo número inaceitável de alunos reprovados, mas também porque a ela temos respondido de forma invariavelmente preconceituosa, atribuindo sempre ao aluno as causas do fracasso. As poucas tentativas de escapar desse julgamento atribuem, em geral, o fracasso a condições exteriores da escola, à desigualdade e perversidade sociais e a “lógica de exclusão” que parece dominar nossas instituições. Esses fatores evidentemente têm um peso considerável no processo, mas seria no mínimo ingênuo supor que as práticas escolares não tenham influído decisivamente para que esse quadro não se altere.
Desta forma, essa é a realidade das nossas