O que mudou nas “regras técnicas” legadas por freud?”
Nos anos de 1912 a 1915 Sigmund Freud elaborou trabalhos sobre a técnica psicanalítica. Nestes deixou seu legado: as regras mínimas que devem reger a técnica de qualquer processo psicanalítico.
Interessante considerar que o próprio Freud disse que na verdade eram apenas “recomendações”, mas habitualmente são compreendidas como “regras” em virtude de seu tom pedagógico e o crivo superegóico em seu discurso.
Classicamente são 4 regras: 1- Regra Fundamental (ou regras da livre associação de ideias) 2- Da abstinência 3- Da neutralidade 4- Da atenção flutuante
Também se faz legítimo ter uma quinta regra, a qual seria a regra do amor à verdade.
A essência permanece sobre elas, porém as mesmas vem sofrendo muitas transformações, próprias do decorrer natural do tempo (sem contarmos a questão ruptura epistemiológica).
A Ciência Psicanalítica transita em 3 fases bem marcantes: 1- Psicanálise Pulsional: tida pelo rigor dos psicanalistas pioneiros e seguidores imediatos, cujo enfoque do psicanalista seria exclusivamente na pessoa do analisando, no embate entre as pulsões (desejos) e defesas. 2- Psicanálise Obejtal: enfoque do psicanalista: no mundo das relações objetais internalizadas do paciente, conteúdo manifesto ou oculto no seu psiquismo. 3- Psicanálise Vincular: o que importa é o que acontece com o analista e o analisando, na interação do espaço entre ambos. Ou seja, essa transformação implica diretamente nas regras aludidas anteriormente.
Regra Fundamental:
Em 1913 aludiu a questão da Regra Fundamental em 2 trabalhos, mas esta apresenta-se em uma bem delineada versão de “Sobre a Psicoterapia” de 1904.
O que seria a regra fundamental? O compromisso assumido pelo analisando, em associar livremente as ideias que surgissem espontaneamente na mente e verbaliza-las ao analista, independente de suas inibições, ou do fato se ele as julgasse importantes ou não.