O quarto poder
A mídia tem a facilidade de sugar tudo que alguém pode dar às pessoas, e depois se desfazer delas, sem dá-los a chance de serem reaproveitados. Todos os dias têm exemplos disso, com cantores, pessoas que saíram de algum reality show, dentre outros.
No filme, o produto é diferente. O rapaz, desempregado, ganhou outra fama. Vários tipos de fama. Em um dia, ele era uma chefe de família, desesperado por não ter mais seu emprego, sem a condição de sustentar sua casa, seus filhos. Isso trouxe de imediato, uma identificação com milhares, ou milhões de pessoas que se veem no mesmo desespero dentro de suas casas. As pessoas passaram a ter pena dele e, apesar de saberem que o homem errou ao invadir o museu, eram solidários a ele por passar por esse momento conturbado.
Mas na noite seguinte, ele passou a ser um assassino frio e calculista, que queria trazer o desespero para várias famílias e seus filhos, que estavam no museu. E ele se tornou um monstro, ele foi transformado em um monstro.
Esse é um poder que a mídia tem: pode anular a identidade de um homem, e todo seu histórico, para torná-lo em um bom homem ou em uma pessoa que não merece viver em sociedade. De fato, é impressionante como isso ocorre em tão pouco tempo. As pessoas dormem com uma opinião sobre você, e mudam essa opinião enquanto tomam seu café da manhã. E muda, inclusive, a opinião da própria pessoa em questão, sobre ele mesmo. Tanto que o mesmo passou a não se achar digno de sair vivo daquele lugar, e não teve coragem de encarar a situação, com medo da hostilidade que enfrentaria. Nem mesmo o apoio da esposa e filhos foi suficiente para mudar isso.
Ele foi usado, como um produto interessante para muitos reerguerem suas carreiras, ganharem