O Quarto Poder e a Democracia
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O “Quarto Poder” e a Democracia É comum a inserção da mídia como uma espécie de “Quarto Poder” nos dias de hoje, complementar ao Executivo, ao Legislativo e ao Judiciário, devido ao papel atribuído à de porta-vozes da opinião pública e de vigilantes do poder político, protegendo os cidadãos do abuso dos governantes. Porém, a imprensa do início do século XIX era associada a fanáticos, inimigos de qualquer forma de autoridade, escritores de segunda categoria, representantes de ninguém e perigosos revolucionários, conspiradores. A transição entre a imagem criada pelas autoridades do início do século XIX e a imagem que se tem hoje da imprensa se deu na necessidade de legitimá-la em seu lugar cada vez maior na sociedade. E essa legitimidade teve base na teoria da opinião pública e principalmente nas teorias democráticas no século XIX. A opinião pública encontrava lugar fundamental na teoria democrática do Estado, como instrumento de controle social, mas para que isso fosse possível surgia a sua necessidade de exprimir-se, e aí entrava a imprensa que segundo o historiador George Boyce, seria o elo indispensável entre opinião pública e as instituições governantes. De acordo com James Mill, em um país democrático e civilizado, o descontentamento do povo era o único meio de melhorar um governo, e uma imprensa livre era o instrumento principal parar despertar esses descontentamentos. Porém, Leonor O’Boyle afirmava que os governos, no entanto, acreditavam que os jornalistas fabricavam a opinião pública ao invés de apenas expressa-la, atribuindo a eles, então, os papéis de figuras subversivas, sem princípios, que agiam em favor próprio. Mesmo com essa visão por parte das autoridades, a imprensa se estabeleceu como parte necessária do governo representativo e um instrumento de reforma da sociedade, e a liberdade da imprensa, mais do que apenas liberdade, se tornou também um poder, uma responsabilidade, o que pode ser confirmado na afirmação