O quadro da arquitetura no Brasil
Com o início do desenvolvimento industrial ocorrem as primeiras transformações tecnológicas de importância no país. Entretanto, persistiam os lotes urbanos herdados do século XIX, nos quais se construíam imensos edifícios de concreto, seguindo pragmaticamente os esquemas dispostos, dando uma valorização para as partes de relações sociais das casas e dando menor importância às áreas de serviço. O atendimento às exigências do mundo contemporâneo era tentado apenas com adaptações da arquitetura, sem considerações pelos aspectos urbanísticos. A disposição dos lotes não foi mudada e a arquitetura tentava adaptar esta situação. Até mesmo os edifícios de andares tentavam seguir os mesmos esquemas das casas. O desenvolvimento quantitativo era a única mudança nos grandes centros, sem um desenvolvimento qualitativo no esquema urbanístico.
2 AS RESIDÊNCIAS POPULARES E DA CLASSE MÉDIA
No período que se passa entre a Primeira e Segunda Guerra mundial a arquitetura brasileira sofreria transformações significativas, devido ao início do desenvolvimento industrial e a diversificação da produção rural. Devido ao encarecimento da mão de obra a mecanização de serviços, começando pelos meios de transporte, iria aos poucos se estendendo para outros setores. A arquitetura faria uso da mecanização do transporte vertical e horizontal que lhe proporcionariam um maior desenvolvimento. O período é marcado pela verticalização das construções nas áreas centrais das metrópoles, da multiplicação de bairros proletários localizados na periferia e os bairros-jardim para as classes abastadas, caracterizado pelo afastamento dos limites do lote. Os trabalhos artesanais do tempo da escravidão eram vencidos pelas técnicas construtivas aprimoradas da mão-de-obra imigrada. Em relação ao fornecimento interno, até 1940, a indústria ainda estava fraca, e somente ensaiava alguns avanços. A importação de equipamentos e materiais estrangeiros ainda era freqüente e havia