o quadro da arquitetura no brasil
Nestor Goulart Reis Filho
1. Lote Urbano e arquitetura
Em cada época, a arquitetura é produzida e utilizada de um modo diverso, relacionando‐se uma forma característica com a estrutura urbana em que se instala. Um traço característico da arquitetura urbana é a relação que a prende ao tipo de lote em que esta implantada.
A perspectiva que queremos destacar é, portanto, a da interdependência entre arquitetura e lote urbano, quando são amadurecidos pelas tradições, de modo informal, ou quando são pensados e planejados racionalmente.
A analise dessas relações e sua evolução oferecem evidentemente, possibilidades explicativas relevantes, tanto para o estudo da arquitetura, quanto para o estudo dos próprios fenômenos urbanos.
2. O lote urbano colonial
A produção e o uso da arquitetura e dos núcleos urbanos coloniais baseavam‐se no trabalho escravo. As vilas e cidades apresentavam ruas de aspectos uniformes, com casas térreas e sobradas construídos sobre o alinhamento das vias publicas e sobre os limites laterais dos terrenos.
O esquema apontado envolvia ainda a própria idéia que se fazia de via pública. A informidade dos terrenos correspondia à informidade dos partidos arquitetônicos: as casas eram construídas de modo uniforme e, em certos casos, tal padronização era fixada nas Cartas Régis ou em posturas municipais. As técnicas construtivas eram geralmente prometidas, nos casos mais simples as paredes eram de pau‐a‐pique, adobe ou taipa de pilão.
Os principais tipos de habitação eram os sobrados e a casa térrea. Suas diferenças fundamentais consistiam no tipo de piso: assoalho no sobrado e de “chão batido” na casa térrea.
3. A implantação da arquitetura no século XIX 1800‐1850
Um novo tipo de residência, a casa de porão alto, representava uma transição entre os velhos sobrados e as casas térreas. Esse novo tipo de residência ainda de frente para a rua representava uma transição, longe do comercio, nos bairros de caráter