O PSICÓLOGO NO CRAS: UMA NOVA EXPERIÊNCIA
Karin Kelly Massinhani Von Dentz1
Eva Lúcia da Costa Oliveira2
Resumo: O Sistema Único de Assistência Social (SUAS) traz mudanças conceituais e metodológicas. Entre as inovações, estão os centros de referência com equipes ampliadas, que contam com a participação de psicólogos. Por tratar-se de um novo espaço de trabalho tornase necessária a construção de novas referências de atuação. A presente pesquisa propõe-se a fornecer subsídios para a reflexão oferecendo-se como espaço de crescimento e formação como preconiza o SUAS. Para isso, foram realizadas cinco entrevistas com psicólogos que atuam nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) da região do Extremo Oeste
Catarinense. As entrevistas tiveram questões abertas, coletas e organizadas de forma qualitativa, com base na corrente epistemológica da fenomenologia. Foi possível observar que a atuação do psicólogo no CRAS perpassa por questões como formação, identidade profissional e trabalho interdisciplinar. Nesse contexto, permanece para o psicólogo o desafio de aprender e reaprender e assim ressignificar seu papel na sociedade.
Palavras-chave: CRAS. Psicólogo. Formação. Interdisciplinaridade.
INTRODUÇÃO
A Assistência Social como política pública faz parte do processo de construção de direitos sociais no Brasil. A Constituição Federal de 1988 foi um marco para a assistência, pois a situou ao lado da saúde e da previdência social, como política integrante do sistema brasileiro de seguridade social. Em 1993, com a promulgação da Lei Orgânica da Assistência
Social (LOAS), ela passou a ser dever do Estado e direito do cidadão, e tem reduzido, à medida que se fortalece, sua característica assistencialista (BRASIL, 2004).
Para isso, no ano de 2003 iniciou-se no país um movimento de reestruturação da
Assistência Social que instituiu o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O SUAS altera a forma de gestão e financiamento da política pública