A QUADRA
A quadra ou quarteto é uma estrofe de 4 versos. Utiliza esquema rímico semelhante ao da trova (ABAB ou ABBA) mas encontramos com freqüência o esquema mais simples, dos cantadores, que utilizam a rima final apenas nos versos pares (xAxA).3
Exemplo:
“Depois destes versos feitos, quando voltei para a mesa e lê-los para as pessoas, tive mais uma surpresa.
Alguns estavam comendo ovo frito com gordura, que, por ser do seu terreiro, estava uma gostosura.”
(Adauto Barreto, “Na casa de Emília”)
A SEXTILHA
É uma das formas mais utilizadas nos cordéis, juntamente com a sétima.
As estrofes são quase invariavelmente feitas em redondilhas, com as rimas nos versos pares, raramente utilizando-se rima nos ímpares.
Exemplo:
“Minutos depois Josefa bastante ração cortou.
Fez um feixe com cuidado, na cabeça colocou.
Neste momento ela ouviu quando a filhinha chorou.
Porém sua casa ficava bastante longe dali e sendo assim impossível seu choro poder ouvir, também sozinha jamais poderia chegar ali.”
(Madalena Castro, “As travessuras de Comadre Fulozinha”)
A OITAVA
A oitava é estrofe menos utilizada no cordel. Seu formato deriva da junção de duas quadras, até com seus esquemas rímicos, que podem ser continuados nas duas quadras da estrofe ou diferentes em cada parte, mas, na maioria dos casos, deixando os versos ímpares como versos brancos. Utiliza esquema xAxAxAxA, ou ABABABAB ou, ainda, ABABCDCD.
Exemplo:
“Venho, com toda firmeza, registrar a pelintragem de uma rameira afoita.
Fez de tudo, até chantagem...
Assim, todos iludia, tenho a prova na bagagem.
A quem couber o barrete, encare-me, se tem coragem.”
(Dulcinéa de Oliveira, “Sarrabulho de uma mundiça”)