O príncipe

392 palavras 2 páginas
Embora a utilização do termo “sistema” seja adotada por diversos cientistas do direito, raros foram aqueles que se dedicaram a traduzir seu significado, e desenvolver pensamento que delimitasse sua utilização. O jurista entende a matéria com que trata como uma totalidade sistemática, porém, nem sempre exterioriza essa sua interpretação uma terminologia padronizada, constante e rígida, limitando-se, na grande maioria das vezes, a evocar, de modo apenas aproximado, uma idéia que faça referência à ordem, à harmonia, que demanda muito mais o entendimento do leitor do que propriamente à sua produção. O sistema foi, para várias gerações de estudiosos, um inalcançável objetivo que almejavam motivados pela necessidade de ordem que não conseguiam satisfazer. De fato, como na afirmação de Mário Losano, o objeto do saber (e, portanto, também do direito), é ilimitado, mas a existência não: torna-se assim necessário escolher um fio condutor que possibilite uma primeira orientação na grande massa de conhecimento e, particularmente, das normas jurídicas. A palavra sistema deriva-se do grego segundo Mário Losano, podem-se identificar para o mencionado termo quatro significados, dois técnicos, relacionados à métrica e à música, e dois atécnicos, um mais e o outro menos rigoroso. Para a noção moderna de sistema, interessam apenas os dois significados atécnicos do termo grego, em suas colocações mais ou menos rígidas, que foram usadas para indicar os artigos de fé, e, em seu desenvolvimento, a filosofia.
A concepção sistemática grega foi aplicada em ramos diversos ao direito, como astronomia, arquitetura e principalmente matemática e geometria. O jurista concebe a própria matéria como uma totalidade sistemática, quase como um cosmos de preceitos contraposto ao caos de eventos. Entretanto, nem sempre expressa essa sua concepção com uma terminologia constante e rigorosa: freqüentemente limita-se a evocar, de modo aproximado, uma idéia de ordem ou de composição harmônica, confiada

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