O profissional cuidador e a relação com a família empregadora
Este movimento que pretendeu uma mudança de posição dos profissionais da área da saúde acabou, de certa forma, retirando parte da responsabilidade pela vida dos indivíduos das mãos do médico psiquiatra e valorizando as múltiplas vivencias do paciente na sua família e no seu circulo social mais amplo. Porém, ao empoderar a família pelo cuidado do paciente, tem-se a pretensão de que esta seja uma unidade saudável, livre de preconceitos quanto à loucura, com grande facilidade de comunicação e perspectiva de cuidado total para ofertar ao membro necessitado.
Sabemos, como nota brilhantemente o psicanalista Jurandir Freire Costa, que a instituição a que chamamos ainda de família tem se desintegrado, se tomarmos como referencia as famílias de nossos bisavós, que correspondia satisfatoriamente a todos as principais missões para as quais era elencada. Resumidamente, a família de hoje, ao que nos interessa, “ao invés de propiciar carinho e proteção, estaria fomentando a guerra entre sexos e gerações.”
Neste impasse temos sido, como profissionais de saúde, impelidos a descobrir e inventar um percurso peculiar de ação profissional, em que cuidadores e acompanhantes, cada vez mais, adentram ao seio das famílias para ajudar a cuidar e manter sadios seus membros