o professor coordenador pedagógico
Maria José da Silva Fernandes – UNESP, Campus Araraquara silva_mj@uol.com.br Apoio financeiro FAPESP
Resumo: Este artigo tem o objetivo de discutir a função de professor coordenador pedagógico (PCP) nas escolas públicas estaduais paulistas. Apoiando-se em duas pesquisas, uma bibliográfica documental e outra empírica de base qualitativa, procuramos elucidar a trajetória desta função e analisar as dificuldades encontradas para a realização de um trabalho satisfatório nas escolas, avaliando as condições de trabalho em um contexto marcado pelas reformas educacionais recentes que apontam para a fragilização na articulação do coletivo e para a constituição da profissionalidade dos ocupantes da função.
Palavras-chaves: coordenação pedagógica; reformas educacionais; condições de trabalho.
A educação pública paulista foi marcada na década de 90 e nos anos iniciais do século
XX por grandes transformações decorrentes da implantação das reformas educativas que alteraram as condições de funcionamento de suas escolas. O cotidiano escolar foi impactado por problemas de ordem macro-estrutural que afetaram a micro-estrutura da sala de aula. A acelerada mudança de valores, o desemprego crescente, a fragilização da educação como mecanismo de ascensão social e a própria desvalorização do professor como sujeito que trabalha com o conhecimento provocou situações de desconforto e desânimo tanto dos alunos como dos professores.
Entre os fatores que mais alteraram o cotidiano escolar refletindo a interferência da macro-estrutura na educação está a aplicação de políticas educacionais formatadas sob o modelo de grandes pacotes reformistas que transformaram o que ensinar, o como ensinar e a própria estrutura de gestão e organização das escolas públicas. As reformas, planejadas no nível macro e “despejadas”