O processo criativo na perspectiva informacional peirceana
MORONI, Juliana; ARIOTTO, Andréa; RODRIGUES, Mariana Vitti; GONZALEZ, Maria Eunice Quilici
Universidade Estadual Paulista – Júlio de Mesquita Filho – UNESP – Campus de Marília – SP – Brasil
juliana-moroni@marilia.unesp.br; aariotto@hotmail.com; mary_vitti@hotmail.com; gonzalezmeq@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo realizar um estudo do processo criativo, contextualizando-o no âmbito da abordagem da lógica da descoberta peirceana. De acordo com essa lógica, a ação criativa é direcionada pelo raciocínio abdutivo que se instaura através da percepção do descompasso estabelecido nos sistemas de crenças do sujeito cognitivo e, também por meio da compreensão de uma possível ordem complexa presente nos processos que organizam a mente. Procuramos mostrar que a percepção envolve o que Peirce designou por objetos dinâmicos e objetos imediatos. Os objetos dinâmicos precedem os imediatos na medida em que são pré-interpretados. O objeto imediato é o resultado do processo semiótico que envolve signo, objeto e interpretante, isto é, o objeto dinâmico interpretado. No contexto desse processo semiótico, consideramos a relevância da informação para o estudo da função da ação criativa do sujeito, a qual é mediada pela percepção dos objetos dinâmico e imediato. Argumentamos que a informação está inserida num universo relacional através do qual surgem hábitos estáveis - responsáveis pela geração de crenças que possibilitam a antecipação do futuro – e hábitos instáveis, a partir dos quais padrões são quebrados possibilitando a geração de novidade e a ação criativa. Por fim, argumentamos com Gonzalez ET AL (2007), que a ação criativa envolve estruturas informacionais que, através do processo de auto-organização, estabelecem padrões direcionadores da percepção-ação.
DESCOBERTA E CRIATIVIDADE: PRIVILÉGIO DE GÊNIOS?
De onde surgem as idéias que carregam algum grau de