O problema dos Universais (Resumo)
Apesar de que em 529 d.C., o imperador Justiniano decretava o fechamento das escolas filosóficas de Atenas, sabe-se que o pensamento grego começou bem antes a ganhar terreno rumo ao oriente e inaugurava o movimento que trazia ao Ocidente do século XIII o pensamento de Aristóteles e do neoplatonismo por intermédio dos filósofos sírios,árabes e judeus. Os ensinamentos de Aristóteles, Hipócrates e Galiano foram difundidos na Mesopotâmia e na Síria em grande parte em razão da difusão da religião cristã nesses locais. Os sírios convertidos ao cristianismo se acharam na necessidade de aprender grego para ler os escritos da bíblia e os escritos dos padres. Esses sírios atuaram nesse contexto como agentes de transmissão da filosofia helênica para idioma siríaco. Os califas abácidas beberam da fonte de filosofia traduzida pelos sírios, e assim então o pensamento grego chegou aos árabes. O primeiro nome célebre da filosofia mulçulmanaé e o de Alkindi. Ele é primeiramente um enciclopedista cujos escritos cobrem quase todos os domínios do saber grego: aritmética, geometria, astronomia, música, óptica, medicina, lógica, psicologia, meteorologia e política. Um de seus escritos, o De Intellectu merece nossa atenção porque entra numa família de obras cujas características são bem definidas e conhecidas na idade média. Tal obra tem por objetivo esclarecer o sentido da distinção introduzida por Aristóteles entre intelecto possível e intelecto agente, partindo-se do problema dos universais. O problema dos universais surge nos confins da lógica e da metafísica. Os tradutores latinos tinham interesse por tratados que, tendo por objeto a natureza e as operações do intelecto, podiam esclarecer a origem dos universais. A solução do problema seria a explicação da natureza da abstração.