O Principe Cap VI
De principatibus novis qui armis peopiis et virtute acquiruntur
(Dos principados novos que se conquistam com as armas e virtude própria) Tratando dos reinos conquistados pelas armas ou pelo valor, Maquiavel sugere aos novos príncipes que se espelhem nas trajetórias dos grandes lideres, pondo em prática seus atos que deram certo e evitando praticar seus passos que não deram certo, pois se os resultados não forem os mesmos, serão pelo menos semelhantes. As dificuldades em conservar o novo reino podem ser maiores ou menores, conforme o talento de quem o conquistou. Se ele fixar residência no novo reino, são melhores as chances de se manter o poder. Como grandes conquistadores são citados Moisés, Ciro, Rômulo e Teseu. Se estes forem os exemplos a seguir, o príncipe apesar de ter dificuldades na conquista, vai conservar os novos reinos com mais tranqüilidade, porém, os que se tornam príncipes tão-somente pela sorte têm dificuldade para manter o poder, embora o tenham conseguido sem grandes dificuldades. Sabe-se também que o novo dominante pode manter sua vitória pedindo ajuda aos nobres ou antigos mandatários do estado dominado, ou pode usar sua força apenas, para se manter no poder. Maquiavel afirma que o primeiro caso pode significar o fracasso e o segundo o sucesso, em termos de conquista definitiva ou em longo prazo. Como ele mesmo afirma, “os profetas armados são vencedores, enquanto os desarmados vão ao fracasso” (MAQUIAVEL, 1998). No final é mencionado o governo de Hierão de Siracusa. Este novo líder teve uma grande oportunidade e não a desperdiçou. Foi eleito chefe e se tornou príncipe, pois eliminou as forças anteriores que dominavam o cenário político e militar da cidade, desfez as velhas alianças e criou novas, e realizou grandes obras. É um exemplo típico de grandes dificuldades na conquista, mas de tranqüila manutenção posterior do poder.