O primeiro modernismo
Na pintura o primeiro modernismo foi marcado por um conjunto de exposições que se realizaram a partir de 1911. À primeira manifestação de modernismo deu-se o nome de Exposição Livre de 1911, como podemos ver na página 93 do manual no documento 66B, em que Manuel Bente, importante pintor modernista diz «Queremos ser livres! (…) porque cremos que os artistas têm uma só escola – a Natureza -, um dogma único – o Amor. A arte não tem sistemas, tem emoções.», ou seja, Manuel Bentes queria uma rotura no naturalismo, pois achava que os artistas deviam em primeiro lugar ser talentosos, também deviam pintar conforme aquilo que sentiam e por fim não deveriam fazê-lo por obrigação mas sim por gosto.
Artistas que se destacaram: Manuel Bentes, Émmerico Nunes, Almada Negreiros, Cristiano Cruz, Stuart Carvalhais, Jorge Barradas, António Soares, Mily Possoz, entre outros. Estes artistas pretendiam com as suas obras fazer uma crítica política, social e clerical.
Características das obras:
Estilização formal dos motivos;
Perspetiva esbatida;
Cores claras e contrapostas;
Ironia das situações sociais;
Personalidades políticas;
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial, pintores como Amadeo de Souza-Cardoso, Guilherme Santa-Rita, Eduardo Viana, José Pacheco, ou seja, dos pintores mais talentosos portugueses que estudavam em Paris, regressam a Portugal. Também o casal Robert e Sonia Delaunay se refugiam em Portugal. Isto dá origem à formação de dois núcleos inovadores:
Em Lisboa, liderado por Almada Negreiros e Santa Rita, ao qual se junta Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro dinamizadores da revista Orpheu;
No Norte, constituído pelo casal Delaunay, Eduardo Viana e Amadeo;
Apenas chegaram a sair dois números da revista Orpheu em 1915, onde foi possível demonstrar um lado inovador, polémico e emblemático do modernismo, ao qual ficou chamado de futurismo. As suas dissertações repudiavam o homem contemplativo e exaltavam o homem de ação,